Para aqui vêm coisas que me apeteçam e que não me apeteçam também. O que achar que deva pôr, ponho! :)

23 fevereiro 2008

Stop & Rewind

Já procurei em todo o lado e não encontro os dois botões que façam isto à vida! Quero voltar para trás 3 dias e não me deixam! Alguém sabe como se faz? É urgente!!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Parece quase um filme cuja fita vai decorrendo a frente dos nossos olhos e nós temos que andar com ele porque fazemos parte, mas não estamos ali...
Não quero fazer parte deste filme porque não quero que nada disto aconteça.
Só quero que seja Natal outra vez e fazer aquele telefonema que só penso que devia ter feito. Devia ter deixado as inconveniências de lado e ter dado aquele beijo de Boas Festas cheio de saudades. Devia ter ido abraçar , devia ter dito pessoalmente o quanto a admirava... Devia ter-lhe dito que (um dia) quando for grande, quero ser como ela era e marcar com sorrisos todas as pessoas que se cruzem comigo.
Quero pedir desculpa por nunca lhe ter explicado a minha decisão....
Quero só gritar a um Deus que cada vez é menos presente "porque é que continuas a magoar quem não merece?"

De repente, num de repente tão repentino não há sorrisos. Não há esperanças. Não há motivos. Não há festas. Não há vontade. Não há preocupações. Não há rotinas. Não há música. Não há compromissos. Não há gargalhadas.Não há conversas. Não há luz. Não há magia. Não há retorno. Não há nada. Quando morre alguém, tudo o resto se mostra como realmente é - insignificante. Quando morre alguém por quem tínhamos um carinho muito, muito especial, tudo o resto se mostra insignificante.

Anônimo disse...

3 semanas depois:

"a falta de lei da vida

De tudo o que me faz pensar, há uma coisa que me atropela a cabeça.
A idade.
Não a minha, a deles.
Há qualquer coisa que rasga.
Choram-me as estatísticas que eu estarei cá quando os meus pais não estiverem.
Muito nublado, bem sei.
Mas real.
Posso tê-los agora, e abraçá-los com a carne que me deram, mas...e depois?
Vejo-lhes os anos na pele e a pele dá-me saudades.
Saudades do que não vou ter.
É a lei da vida, e todas as frases feitas que pregarem nas paredes.
Mas a saúde teima em ir à sua vida cedo demais.
Não a deles, a das estatísticas.
Hoje tenho-os ali.
Visto daqui, dos meus olhos, não envelheceram.
Foram emprestando um ou outro ano aos ossos.
Quero o meu pai a ficar envergonhado quando diz "gosto muito de ti filho" e a minha mãe com gotas de amor a marcar passo nos olhos quando diz "gosto muito de ti filho, nunca te esqueças disso"
Nunca te esqueças disso.
E depois, o que fica?
As memórias não são de carne, são de lágrimas.
E essas custam mais a abraçar.
Há qualquer coisa que rasga, eu bem disse.
Sei que estão na casa dos sessentas.
Mais precisão do que essa acelera-me o sangue.
"São novos".
E porque é que não ficam sempre assim?
Atrasem o relógio quarenta anos, vá lá.
Só desta vez, ninguém vai dizer nada à terra.
Apetece deixar cair uma pedra na roda dentada e parar tudo.
A assobiar, para não ter de prestar contas.
A palavra filho é patente deles.
Quando a dizem há uma manta que protege o coração até cima.
Depois da estatística fica só o coração e a manta enrolada aos pés.
Podemos sempre puxá-la, mas nunca mais vai tapar tudo.
E não, nunca me esqueço disso."

Bruno Nogueira escreveu e eu... eu não podia achar estas palavras mais bonitas e cheias de amor.
Mas numa altura em que se perde tão rápido, não há palavras.

Como se sobrevive a uma dor assim? Do alto da minha força, admito que não seria capaz.....

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